NUNCA É TARDE PARA (RE)PLANEJAR!

Ultimamente eu tenho conversado muito com profissionais de todas as áreas (grande parte chegou em um momento de vida onde olhar para a carreira e fazer um balanço do quanto caminharam parece inevitável) e venho percebendo um ponto comum na maioria das conversas: apesar de conseguirem olhar com bastante orgulho para a própria trajetória, sentem que sempre estiveram – e, principalmente, sempre se colocaram – muito mais à serviço das oportunidades e desafios que as empresas em que trabalharam lhes apresentaram, do que de suas próprias escolhas.

É incrível como, culturalmente, quando o assunto é profissional, nós sempre nos colocamos na posição de “sermos escolhidos” e de aceitar – ou não – os planos de desenvolvimento que as empresas desenham para nós; mas nunca nos colocamos na posição de definir aonde nós queremos chegar e correr atrás daquilo que realmente faz sentido pra gente, dentro de um plano maior.

É quase como se tivéssemos que ser submissos a todo tipo de decisão do empregador, muitas vezes colocando nossos objetivos pessoais e profissionais em segundo plano. E isso é algo observável desde o momento do processo seletivo, pois a maioria acaba se comportando de maneira muito vulnerável em entrevistas – respondendo muito, perguntando pouco, tentando agradar (ainda que de forma não autêntica).

Tudo isso lhe soa familiar?

Sinto-me, aqui, na obrigação de contar 2 coisas pra você:

A primeira é que, tendo atuado por mais de 20 anos na área de Recursos Humanos de grandes empresas, posso afirmar que as empresas realmente precisam poder contar com seus colaboradores e saber que sim, eles estão à disposição para engajar onde for necessário. Isso conta pontos. Mas conta pontos, também, saber que aquele determinado colaborador conhece muito bem seus próprios talentos e diferenciais, sabe exatamente em que áreas poderá ou não agregar e, principalmente, sabe aonde quer chegar.

Ter um objetivo, traçar possíveis caminhos para alcança-lo e dividir isso com sua liderança e liderança de RH te ajudará a fazer as melhores escolhas. E isso conta muitos pontos.

A segunda coisa que eu gostaria de dizer, é que os impactos de “deixar a vida te levar”, simplesmente se colocando à disposição das empresas, é muito arriscado, e essa opção acaba te colocando muito mais no papel de “vítima” do que de “protagonista” da sua própria história.

Não há dúvidas de que existe, nessa escolha, certa comodidade: você não só não precisará assumir riscos e tomar grandes decisões (terá alguém fazendo isso por você), como, também, poderá atribuir somente à condições externas responsabilidades que deveriam ser suas (muitos estão acostumados a fazer isso, principalmente quando o resultado não é positivo…).

Frases e pensamentos do tipo: “A empresa não me dá oportunidade”; “A empresa não investe nos funcionários”; “Só cresce quem entra no jogo político”, não te ajudarão em absolutamente nada.

Você precisa entender que a única pessoa responsável por sua carreira é VOCÊ.

Você é quem tem que saber aonde quer chegar e quais são os passos para se chegar lá.

Você é quem precisa se conhecer com profundidade e ter a consciência de seus gaps.

E, finalmente, é você quem tem que investir em seu próprio desenvolvimento.

Você precisa fazer suas escolhas da forma mais consciente e estratégica possível, colocando cada uma delas à serviço de seus objetivos. Ainda que essa escolha seja simplesmente a de aceitar alguma solicitação da empresa, ela precisa ser feita de forma consciente e planejada, além de bem conversada e com prazos formalmente combinados.

Se, por algum motivo, você ainda não assumiu as “rédeas” de sua carreira, lembre-se de que nunca é tarde para planejar – ou replanejar – os seus próximos passos.